Cláusulas de exclusão
são responsáveis pela insatisfação de muitos motorista, quando percebem
que seu seguro automotivo não cobre exatamente aquele problema que ele
teve. Algumas questões são difíceis de prever, por exemplo, a
necessidade de uma viagem de carro ao exterior e sofrer um acidente ao
cruzar as fronteiras. Somente naquele momento, o segurado pode perceber
que a apólice só vale para o território nacional.
Mas
algumas cláusulas devem ser observadas antes do contrato ser assinado.
Pode ser trabalhoso e até difícil, porém a leitura detalhada das
letrinhas pequenas evita grandes dores de cabeça. A maioria dos motivos
que levam uma seguradora a não pagar a indenização é causada pela
discrepância entre as informações fornecidas no momento da feitura do
contrato e a real situação.
Um exemplo claro diz respeito ao
local de pernoite de um automóvel. Esse local - que inclui a cidade, o
bairro e se a residência tem garagem – influencia diretamente no valor
do seguro. A diferença de preço pode levar o segurado a preferir dar um
endereço de familiar no lugar do seu, acreditando que levará alguma
vantagem. Mas, pode ser exatamente esse o problema no final das contas.
Se acontecer alguma coisa com o carro e ele estiver no endereço real (o
que não está no contrato), as complicações começam, já que a
seguradora vai investigar os sinistros para ter certeza dos fatos.
Para
Alexandre Batista, diretor de riscos diversos do grupo Caixa Seguros, o
seguro “é um contrato de boa fé de ambas as partes”. Por isso, no caso
de ficar comprovado que não houve má fé do segurado ao declarar uma
informação no ato do contrato, o seguro pode pagar a indenização sem
problema algum.
A economista Fabíola Costa conta que não teve
problema nenhum quando precisou acionar o seguro. Ela bateu num
motociclista e ligou para o número de contato da empresa que fez o
seguro informando da ocorrência. “Eles me pediram para relatar tudo o
que tinha acontecido. Eu disse que a culpa tinha sido minha e
imediatamente eles enviaram o reboque e orientaram como eu deveria
proceder”, lembra. No caso de Fabíola, não houve nenhuma dúvida sobre a
“não intenção” dela em cometer o acidente. Ela fez um Boletim de
Ocorrência (BO), mas nem mesmo a perícia precisou ser chamada.
O
importante é checar dentro das propostas de cada seguradora, além dos
preços, as cláusulas que cada uma propõe e se elas atendem a
necessidade da situação do motorista.
ENTENDA A NOTÍCIA
"Perda
de direito" trata da ocorrência de um fato que provoca a perda do
direito do segurado à indenização, ainda que, a princípio, o sinistro
seja resultado de um risco coberto, ficando, então, a seguradora isenta
de qualquer obrigação.
SERVIÇO
Faça a cotação de acordo com seu perfil e veículo:
Bradesco
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Caixa Seguros
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Sul América
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Situações mais comuns
O POVO
apresenta algumas das situações mais rotineiras em relação ao segundo
automotivos. São perguntar e respostas para facilitar o uso desse tipo
de serviço
Se o pagamento do seguro estiver atrasado, o que acontece?
O
pagamento do prêmio atrasado pode resultar em suspensão e até em
cancelamento do seguro, prejudicando o direito à indenização, se o
problema ocorrer depois da suspensão ou cancelamento. As condições
gerais, na cláusula “pagamento de prêmio”, deverão informar em que
hipóteses ocorrerão a suspensão e/ou o cancelamento do contrato em razão
da falta de pagamento de prêmio. É extremamente importante manter
todos os comprovantes de pagamento do prêmio para eventual reclamação
de indenização.
O seguro cobre problemas com desastres como enchentes?
Só
não há cobertura quando é observada uma coisa chamada agravamento do
risco. O agravamento é detectado em casos em que o motorista decide
colocar o carro numa situação extrema, como uma rua alagada que
visivelmente é impossível de atravessar e pode entrar água no motor. Ou
seja, se ficar comprovado pela seguradora uma imprudência (um erro
grosseiro) do motorista ela pode negar a indenização.
E se o carro for roubado numa outra cidade, diferente da residencial?
O
custo do seguro depende do local da residência e por isso o dado
informado deve ser o correto. Mas no caso do carro ter sido roubado
durante uma viagem, o sinistro é pago sem problemas.
Esqueci de avisar a seguradora que me mudei. E agora?
Quando
o seguro é renovado automaticamente, algumas vezes as informações não
são atualizadas. Nesse caso não há problemas. Só pode ter suspensão do
pagamento de indenização, se for comprovada má fé do segurado na hora
de declara o local onde o carro pernoita.
Bebi e bati. Posso acionar o seguro?
Se
for provado que o motorista bebeu, o seguro pode deixar de pagar. Para
isso, serve o teste de bafômetro realizado pelo policial ou o relato
de aparência de embriaguez no Boletim de Ocorrência. Alguns seguros
oferecem um serviço de busca para segurados que não tem condições de
dirigir.
Deixei o carro dormir fora de casa e ele foi roubado. O seguro cobre?
Esse
caso também é avaliado individualmente. Se o carro sempre dorme na
garagem e um dia por algum motivo dormiu fora e foi roubado, a
seguradora cobre, mas se ficar comprovado que o carro sempre dormia
fora, a seguradora pode se recusar. Algumas apólices têm uma cláusula
adicional, que diz que a seguradora não é responsável se o carro estiver
fora de uma garagem entre a meia-noite e 6 horas da manhã, por
exemplo. O motorista deve ler com cuidado as condições do seguro.
Precisei viajar para fora do país com o carro, mas tive problemas. Como fazer?
A
grande maioria das apólices só vale no território nacional. Para ter a
cobertura em solo estrangeiro é preciso adicionar a cláusula. É
importante saber também que para levar o carro para fora do Brasil o
motorista precisa contratar um seguro obrigatório chamado seguro
carta-verde, que é válido nos países do Mercosul. Sem o seguro o carro
pode ser apreendido.
O manobrista descuidado bateu meu carro. Eu pago ou ele paga?
As
empresas responsáveis que prestam serviço de manobrista devem ter
seguro e no caso da batida ser causada pelos funcionários, eles devem
pagar. No caso de ser uma empresa informal, um flanelinha ou alguém do
lava-jato, o segurado tem de fazer um Boletim de Ocorrência e acionar
sua seguradora, que vai avaliar o incidente.
Meu namorado pegou meu carro emprestado e bateu. Estou coberta?
Neste
caso, alguns fatores devem ser avaliados. O namorado, ou qualquer
pessoa que pegou o carro emprestado, deve ter uma habilitação válida,
não deve estar embriagado e não deve ser um usuário habitual do carro.
Neste caso o seguro cobre, mas se for provado que o carro é usado pela
pessoa constantemente, ela deve ser incluída no seguro, o que gera
aumento no valor, mas previne o risco.
Sofri um acidente e o outro carro não tem seguro. Posso dizer que a culpa foi minha?
Para
não pagar a franquia, muitas pessoas acabam entrando em acordo com o
proprietário do carro que foi responsável pelo acidente. Combinam que o
outro motorista paga o valor da franquia e o segurado assume a culpa.
As seguradoras não permitem esse tipo de procedimento e investem pesado
na prevenção, usando tecnologia, analisando a documentação.